A crise entre os poderes Legislativo e Executivo em Goiatins ganhou novos capítulos na última terça-feira (06), agravando ainda mais o clima de instabilidade institucional na cidade. A tensão gira em torno do Projeto de Lei nº 002/2025, de autoria do vereador Reginaldo Mezes, que foi vetado integralmente pelo prefeito Manoel Natalino, sob a justificativa de inconstitucionalidade.
A sessão anterior, realizada na segunda-feira (05), já havia sido marcada por tumulto e forte presença da população, que lotou o plenário para cobrar uma solução quanto ao pagamento dos servidores contratados, suspenso pela prefeitura até que a Câmara decida sobre o veto.
Nesta terça, a expectativa era grande para que o projeto entrasse em pauta, conforme anunciado pelo presidente da Casa. No entanto, no início da noite, a população mais uma vez encheu o plenário e foi surpreendida com o anúncio de que o projeto não seria colocado para apreciação.
PM desmente Câmara e clima esquenta
Mais cedo, a Câmara chegou a divulgar uma nota alegando que, a pedido da Polícia Militar, o acesso à sessão seria restrito. A informação foi imediatamente desmentida pelo comandante da 3ª CIPM, major Elias Barbosa, que declarou:
“Informo que eu, enquanto Comandante da Polícia Militar local, não fiz nenhuma exigência. Não cabe à PM fazer serviço de portaria. Esse controle de acesso, se o presidente entender que é necessário, aí é com ele e os servidores da Câmara.”
Após o desmentido público, a Câmara apagou a nota, mas não se retratou e também não informou se manteria ou não o acesso limitado ao público.
Vereadores cobram votação e população reage
Durante a sessão, os vereadores Josiedes, Murilo, Valdivino, Rubens e Lilian se manifestaram contra a postura do presidente, cobrando que o projeto fosse colocado em votação para buscar uma solução imediata para os servidores que seguem sem receber salário.
Diante da cobrança e sob fortes vaias, o presidente encerrou a sessão, informando que as próximas sessões, que estavam previstas para esta semana, foram adiadas para os dias 21, 22 e 23, prolongando ainda mais o impasse.
Na saída, os vereadores César Oliveira e Reginaldo Menezes deixaram a Câmara sob escolta da Polícia Militar, sinal de que a crise política no município ainda está longe de um desfecho pacífico.
Abaixo, veja a nota que foi publicada pela Câmara e excluída após esclarecimento da Polícia Militar.
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(Matéria: Javan Quixabeira)